terça-feira, 15 de junho de 2010

A MÁQUINA DO TEMPO



A vida nada mais é que uma longa caminhada repleta de aprendizados e encantos.
Por uma questão de respeito e admiração, para com uma colega de trabalho, atendi ao convite para assistir a uma peça teatral, cujo conteúdo mal conhecia.
Levei comigo apenas o prazer de estar com meus amigos sem esperar pela surpresa que aquela noite me guardava.
Na portaria um companheiro me recebera com um gesto de amizade elevando a mão em ato de continência militar.
Correspondi com um sorriso e adentrei.
Lá estavam meus pares, e grandes amigos, com suas esposas e filhos, absortos frente ao palco.
Riam em superabundância...
Detive-me por um instante fitando atores que traziam consigo o indumento cáqui, característico de minha profissão.
Sem que eu percebesse minhas preocupações, com compromissos outros, volatizara e, discretamente, me acomodara na ultima fileira... Num cantinho bem à direita.
Naquele instante entrei numa máquina do tempo e fui como um foguete rumo ao meu passado. Rememorei meus momentos mais fantásticos de caserna: vesti minha primeira farda, “ralei” nos “eucaliptos” – aqueles lá nos fundos do Quartel. Chorei com meus filhos, passei problemas financeiros; falei com meu Sargento Instrutor – diga-se de passagem um excelente Sargento... Sargento Otacílio Calixto.
Como foi bom “ver”, na minha máquina do tempo, o “Sargento” Silvio na Seção de Transportes; o Cb Wellington Cardoso Ramos datilografando como um “furacão” – com apenas quatro dedos, isso lá no CPA-5; O Ten Paulo Constâncio, na banda de música; o Sgt Magela, o Cb “Badiinho”.
Eta companheiro alegre! O meu grande e fantástico amigo o Sd Ildemir – o “Sd Gato”. Não havia melhor de serviço entre os “operacionais”!
Ao final de tudo foi maravilhoso ver o Cb Jupeir, meu pai, no Almoxarifado tirando as medidas da “recrutada” em meio a tantos cantis, FMZB e MADSEN – A farda não poderia vir com as medidas erradas.
De “volta” para o ano de 2010 a surpresa: aqueles que representaram tão bem a vida de um Policial Militar, não eram homens de caserna, mas competentes atores a serviço da Polícia Militar de São Paulo que até a Canção da PM de Minas haviam aprendido no caminho.
Atravessaram a ponte do Rio Grande, aquele grupo, para oferecer a cada um dos milicianos mineiros, e seus familiares, a lembrança de como é dura nossa jornada. Contudo, minorada pelo ombro do companheiro de trincheira...

Roberto Alves de Oliveira, 2º Ten PM

Um comentário:

Anônimo disse...

SR TEN ROBERTO. MUITO DESTES MOMENTOS EM QUE O SR RELATOU, SÃO AQUELES MOMENTO EM QUE DURANTE O 4/1 TURNO, A GENTE COMENTAVA QUE DARIA UM BOM LIVRO DE BOAS RECORDAÇÕES E DE SAUDADE DE ALGUNS MOMENTOS FELIZES E TRISTE, DE ALGUNS COLEGAS DE FARDAS.
A NOSSA GLORIOSA?
CB WASHINGTON