sexta-feira, 15 de abril de 2011

CAPITÃO FÁTIMA É DESTAQUE DO JORNAL DE UBERABA


Jornal de uberaba

Em entrevista exclusiva à equipe de reportagem do JORNAL DE UBERABA, a primeira oficial a ingressar na Polícia Militar de Uberaba, capitão Fátima, fala sobre sua carreira e os empecilhos que teve pelo fato de ser mulher em uma profissão que, a princípio, era composta em sua maioria por homens.
“Comecei a trabalhar como polícia em agosto de 1987, na patente de soldado. Enfrentei muito preconceito por ser mulher, era muito complicado. Naquela época polícia era uma profissão mais direcionada aos homens. Tive que lutar muito para mostrar a minha capacidade para tal carreira”, relata a capitão.
Conforme Fátima, a visão dos policiais, há 24 anos, era que atuar no ramo seria um trabalho para homens. “Com o tempo fui mostrando que nós, mulheres, também somos capazes de nos destacar como policiais. Foi difícil lançar essa ideia diante uma corporação inteira de homens atuando, tive muitas resistências, mas consegui através de muita força de vontade”.
Capitão Fátima permaneceu como soldado durante quatro anos, depois foi para Belo Horizonte fazer um curso de cadete para se tornar, em 1995, aspirante da PM. “Morei por um bom tempo em BH, fazendo a escolha para cadetes. Foi um curso longo, difícil, mas de grande aprendizado”.
Em 1996, a PM se tornou 2ª tenente e em 1997, foi promovida a 1ª tenente. “A cada patente nova, concluía um ciclo de lições e sabia que pela frente viriam novos desafios a serem vencidos. Não tinha medo, só me sentia injustiçada em algumas situações pelo preconceito”.
Em 2003, promovida a capitão, Fátima se sentia uma profissional realizada. “Foi muito difícil chegar a capitão, me desdobrei inúmeras vezes para superar as expectativas de meus superiores, mas não me deixava abater. Atuei em muitos setores da PM, ensinei muitos militares e sempre procuro passar para eles o lado fundamental de um policial, contribuir em quaisquer circunstâncias para a melhoria da segurança pública”.
Para a PM, ser polícia é uma profissão muito gratificante. “É preciso gostar desse ramo para se despontar. Nesses longos anos de trabalho já vi todo o tipo de crime, tive que ser forte e colocar os objetivos da profissão em primeiro lugar, sempre”. (RV)


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